quarta-feira, 25 de abril de 2012

Saudades

Encostada na parede do quarto, sentada em um cantinho da cama junto a janela , desejei reencontrar um lugar distante, diferente de tudo o que vivo hoje,  lugar em que não se via grades nas janelas e que raramente se ouvia barulhos de carros. Busco coisas que já vivi, tento voltar a lugares como o morro em que costumava subir, arranhando minhas pernas sem que me importasse com a dor, porque o desejo de explorar tal altura era suficiente pra mim, lugar onde me sentei muitas vezes a contemplar um horizonte sem entender o por quê (fiz muito isso)!. Sou menina de pernas marcadas, sou soma de muitas quedas e arranhões de bicicleta, tudo se mistura com um pouco do lugar onde cresci, me lembro da terra se renovando com a chuva, das brincadeiras, dos banhos de chuva, do suor de cada corrida, da pura infancia, do primeiro amor, das laranjeiras, sol e muito calor. Muitas foram as vezes que avistei da varanda da minha casa os beija-flores tocando a floração dos limoeiros e  dos ingas do quintal, tudo a minha volta era desejável, inspirador e real.

São essa as memorias que ando garimpando, elas são cenas dos melhores momento que vivi, e hoje lutam com meus pensamentos fragmentados por esquecimentos terriveis, aparecem e me fazem rir, aparecem e me levam a pessoa que hoje sou. Sinto cada uma delas como se fossem cartas escritas sobre mim, ando remexendo promessas antigas,veladas no meu peito intensamente por muito tempo e que foram cobertas pelo medo com a mudança no caminho, o destino levou-me a outros cantos e arrebatou aos poucos o meu coração. Descobri que a mudança não aconteceu por acaso, descobri que Deus nos deu o que nunca tivemos de verdade, uma casa, descobri que havia um Deus cuidando de mim nessa caminhada, e assim um dia Deus permitiu que eu o conhecesse, aquela menina acanhada, timida, gelada, que escrevia em diarios porque lia poesias que nem eram tão belas quanto as que conheceu na palavra da vida (Biblia), o Senhor me deu sonhos, me deu o verdadeiro livro de poemas, me ensinou as melhores falas, me mostrou o que existia além do horizonte que eu não entendia.
Ainda quero os mesmos sonhos incendiados de paixão e coragem de antes, sim eu os quero. Hoje vejo as cenas de tudo o que idealizei quando tinha apenas 12 anos, mas que ainda não realizei, eu tinha um diario e lembro de tudo o que escrevi nele (incrivel, eu não era facil nessa idade, mas em meio a meninice consegui ter sonhos tão fortes e esperançosos que nem acredito hoje), no momento vivo realizaçoes totalmente diferentes das coisas que sonhei, estou num filme com cenas que nunca esperei, mas chegaram de repente me fazendo assumir compromissos sem sentidos os quais preciso terminar (vou cumpri-los, mas sei que são pra mim uma lição, na época que sonhei ser escritora, poetisa e a mulher das letras, esses sonhos eram certos, eram ideiais, mas os perdi porque cresci), e já estão perto de encerrar. 
O importante é que os verdadeiros sonhos me acordam todos os dias, sopram em meus ouvidos, não me deixam esquece-los, antes de o sol raiar ja aquecem meu coração, iluminam meu caminho ora tão desafiador.
Os sonhos que incendeiam nosso peito são o que nos farão viver os melhores dias de nossas vidas e, nós nunca pensaremos que poderá existir um fim. (Meysa)


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