terça-feira, 30 de novembro de 2010

Beijo pouco, falo menos ainda
Mas invento palavras
Que traduzem a ternuar mais funda
E mais cotidiana
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar
Intransitivo: Teadoro, Teodora

(Manuel Bandeira)
(e o coração sabe quem está no lugar de Teodora...)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ouvi um sábio dizer: Escrever é divino! eis-me aqui então...
(serenidade quero)
Um sorriso ao sair, passos cuidadosamente dados, um olhar milimetricamente acertado, ambos se despediram das horas e dias que vão separá-los, mas jamais se despediram da ideia de pensar e desejar um ao outro...

(coisas que acontecem de repente e não sei explicar)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Depois de uma noite de palavras sobre esperança, acordei sonhando com o futuro, compreendendo que nossa imaginação faz as coisas acontecerem, não pelo poder da mente, mas sim pelos planos e sonhos que passamos a gestar com um simples pensamento, é assim que vamos sendo impulsionados para o futuro. Ando mais serena, buscando compreender melhor tudo a minha volta, deixando aos poucos (bem aos poucos, mas deixando) a timidez.
(Agora vou olhar nos seus olhos...) 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Como se começa um romance?

Uma multidão a sua volta, barulho, suor, gente conversando, fome e uma vontade imensa de ir para casa (terminal urbano) etc. No meio de tudo isso, eis que surge um olhar calmo e pertubador, daqueles que levam  algumas pessoas a fuga, olhar calmo e pertubador que deixa uma menina timida mais timida ainda, mesmo esta tendo certeza de sua beleza, ainda assim olha ao lado pra se certifcar de que o alvo é mesmo ela, já sem jeito para se mexer ou sem jeito para encarar tal situação fica inerte, até o momento em que o mesmo se aproxima dela, e tudo agora parece o fim do mundo, e como um pedido atendido por Deus o velho ônibus aparece para leva-la de um caos externo e interno.
Ele a olhou estudando cada um de seus traços, quando percebeu que perto dela havia espaço se chegou, a menina no entanto sentia-se presa naquela situação, não conseguiu olhar o moço.
A velha timidez e o costume com a solidão a levaram para longe daqueles olhos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quando você aprende...

Sempre me preocupei com as minhas orações, nunca soube como orar, e um dia mergulhada na dor, na pequenez do meu ser, vazia de sonhos e força, tudo o que conseguia lembrar era do Pai, das vezes que em sua presença me senti amada, acolhida e comecei a falar ao Senhor tudo o que sentia dEle por mim. A verdadeira adoração surgiu quando sinceramente meu coração reconheceu sua bondade, então eu disse sem jeito, mas convicta do que sentia: Senhor tú és bom! fui levada ao Salmos 34 no verso 8a que diz assim: "Provai, e vede que o Senhor é bom"; vi que tudo o que passei só mostrou o quanto o Senhor é bom, e vi que era resposta a uma adoração sincera. O salmo inteiro é lindo, mas esta parte mexeu comigo por causa da experiência. As vezes não nos achamos bons o suficiente, mas é preciso entender que Deus não olha com os nossos olhos, Ele tem os próprios padrões de julgamento que não cabe aqui tentar entender, Ele é Deus e importa a sinceridade do nosso coração.

Te amo Jesus!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ela vai me dar tudo...

Quando escolhi cursar Geografia, optei pela modalidade de bacharel, imaginei que viveria o mais difícil, o mercado para essa área é pequeno, mesmo tendo hoje a certeza de que o mundo precisa de mais Geógrafos, mesmo assim insisti, pois é compreendendo o lugar em que vivemos e as influências que sofremos de todos os elementos a nossa volta que nossos passos seriam certeiros, ou próximos disso. Nesse momento compreendo que as misérias, doenças, crises econômicas, desigualdades sociais, preconceitos, racismos, são sim, produtos de um mundo que não conhece o espaço em que vive, sabe, como na guerra, precisamos conhecer bem nosso inimigo, para saber cada um de seus passos, fazendo jogadas estratégicas, como no xadrez, considero que conhecer nossa geografia é ponto vital para nossa existência. Hoje me sinto infeliz por não conhecer meu Estado inteiro, cada rua, bairro, história, monumento, municípios, lideres, e tantas outras coisas e gentes, entendendo que isso deveria fazer parte de nós como pessoas. Nossa identidade só passa a ser clara quando encaixamos os elementos do nosso espaço em nossa vida, mas ao contrario disso, importamos a fala, as roupas, os sonhos, a aparencia fisica, enfim a cultura de outros lugares, e passamos a conhecer muito mais um espaço onde nunca estivemos do que nosso próprio lugar de vivencia, claro que identificar-se com a cultura de outros países é normal (eu assim como muitos, sonho em conhecer Londres desde pequena, não sei como essa vontade surgiu dentro de mim, mas está aqui, nunca consegui tira - lá, porém há um desejo muito maior, que é o de conhecer meu próprio país, e a Londres do sonho de criança seria a estrela da árvore de natal), mas querer desconhecer a nossa própria cultura é como desejar não saber uma parte de si mesmo, digo, só poderíamos julgar os milhares de eventos que ocorrem em nosso país se não nos esquecêssemos de nossas raízes, ou se ao menos as conhecêssemos um pouco. Ao escrever sobre isso, todos os meus sentidos apontam para a Geografia, sofri muito no inicio do curso com as criticas e a decadência da faculdade, mas aos poucos fui descobrindo que esta ciência tem tudo a ver comigo, toda minha infância cresci cercada de elementos geográficos, laços com o interior, identidade com campo (este bem mais) e cidade, localização, costumes de família, política, canção, poesia (lembro de que me deitei muitas vezes no chão da sala com os braços abertos, em uma das mãos segurava um livro de poemas, acho que era Ricardo Reis, não me lembro bem, enquanto não havia ninguém em casa sonhava com tudo o que lia, sonhava em ser poetisa, acredita), simplicidade, natureza, preconceitos etc, tudo isso vi de perto, essa sou eu, buscando respostas para perguntas que não estão no mundo lá fora, estão dentro de mim, num mundo que não conheço tão bem, mas que é o que me projeta para o que realmente posso e sei fazer.
Comecei falando de Geografia pra dizer que apreendi a amar esse curso, e que um sonho pode sim ser gerado mediante inúmeras forças contrarias, forças essas que muitas vezes emanam de nós mesmos e outras que vem dos outros, para alguns como eu, primeiro se faz o curso depois se ama, outros primeiro amam e depois cursam. Não há um caminho único que vai dizer como, onde de que forma vamos nos satisfazer e sim a vivência e o conhecimento sobre o que está ao nosso redor, nunca busquei algo que não existisse dentro de mim, se a Geografia é pouco para alguns, a mim se fez suficiente, porque sei que ela é grandiosa, coisa alguma deixa de passar por ela. A vida acontece nas entrelinhas do que muitos desprezam. Sei que ela vai me dar tudo.

... de olhar perdido no laranja quase surreal do sol que se punha, estremece no
calafrio de recordações de um tempo ainda por vir.
Trepada na porteira alta do sítio, sobre o espigão, cuja espinha dorsal era a seca
estrada recoberta pelo fofo lençol de areião, onde tantas vezes afundara os pés infantes,
mirava no horizonte a silhueta dos edifícios da urbe nem tão distante.
Nem imaginava que, doravante, seu olhar percorreria o caminho inverso e que numa
manhã qualquer, empoleirada na sua torre de concreto armado, observaria tão
próximas as memórias de suas raízes.
Ana Dundes

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Meus dias estão mais calmos e felizes, coisa alguma está fora do lugar...
Só uma velha batida no peito lembra o olhar brilhante de um ...da noite...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O único modo de fugir da condição de prisioneiro é compreender como a prisão foi feita. (Dantés)